sábado, 18 de junho de 2011

Esteriótipo

Dia desses conheci uma menina que tinha tatuagens de caveiras com laços. O plural não foi utilizado por acaso. Ela tinha várias tatuagens, várias de caveira, todas elas com laços. Ao ser perguntada, graças à minha indiscrição que por vezes me escapa, o motivo das tatuagens de caveira, ela simplesmente respondeu :"Ah, porque eu gosto de caveiras". "Com laços?". "É, com laços". Talvez o único motivo realmente seja esse, a menina gosta de caveiras e gosta de laços. Mas fiquei pensando o que levaria alguém a tatuar (definitivamente, por consequência) algo tão mórbido em lugares tão expostos. Lembrei, então, que caveira, além de ser algo meio mórbido, que lembra morte, assombração ou coisa tipo, é também o que eu sou, por dentro. Literalmente. E adivinha só? Não apenas eu, mas você, mas ele, mas ela, mas qualquer humano. No final de tudo, não importa, portanto, se você é branquelo ou negrão, pois, já que estamos falando de questões físicas, por dentro dá no mesmo, é apenas a tal da caveira. E digo mais, não importa se você nasceu no Norte ou Sul, se passou sua vida inteira rico ou pobre; legal ou chato; inteligente ou fútil; homo, hetero, bi, tri, poli, trans ou sei-lá-mais-o-que-sexual, você vai terminar do mesmo jeito que eu e do mesmo jeito de todo mundo ao seu redor: sem essa pele bonitinha que te cobre, sem conceitos interessantes (OU NÃO): COMO UMA CAVEIRA. Por isso, é melhor tentar marcar sua passagem pelo mundo com questões que superem essas idiotices de discriminação entre seres humanos. Eu já dei um grande passo neste aspecto, por exemplo. Não discrimino mais pessoas preconceituosas, pois consegui entender que elas não são tão burras  assim porque querem, falta apenas uma educação adequada.
Quanto ao laço, talvez represente o infinito, o inevitável, o "enlaçar" de todas essas informações. Ou simplesmente fosse um toque feminino à realidade cruel, mas feliz que ali se apresenta.
Só é triste que algumas pessoas não enxerguem tudo isso.

Talvez um dia eu tatue uma caveira. Sem laço.
E talvez a menina realmente estava falando a verdade, ela simplesmente gosta de caveiras. E com laços.